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DJ Connection 07 - By Versianni

Fala, turma! Voltamos!

Bem-vindos a mais uma edição da coluna DJ Connection aqui no Portal P4!

Hoje falaremos sobre comportamento do público e mudanças nos dancefloors, seja em clubes e festivais, simbora?



POR QUE OS CLUBES ESTÃO FECHANDO?


Antes que você pense na Covid-19 como uma das causas da diminuição dos locais feitos pra gente dançar e suar nos fins de semana, já aviso que essa situação já começou a ser percebida mesmo antes da pandemia.

Curiosamente, apesar da música eletrônica cada vez mais presente como um mercado musical importante, com um grande impacto na vida social das pessoas e com festivais se tornando mais e mais lucrativos, um fator vem na contra-mão dessa crescente: os clubes foram perdendo grande parte da sua clientela habitual e muitos deles - mesmo alguns tradicionalíssimos - acabaram fechando as suas portas.

E quais seriam os motivos? Lendo artigos e vendo vídeos a respeito, alguns comentários apontam várias causas (entre fatos e suposições) e aqui vamos listar alguns deles:

  • O banimento dos fumantes - Locais fechados tiveram que se adaptar às regras de saúde e segurança, não permitindo o uso de cigarros dentro dos seus espaços e isso já limitaria uma boa parte do público;

  • Apps de paquera - Sim, sair pra balada sempre foi uma excelente oportunidade de encontrar novas pessoas, quem sabe até o amor da sua vida ou apenas diversão garantida daquela noite. Mas, com o atalho proporcionado pelos aplicativos, isso ficou mais fácil e com um custo beeeeeeem mais baixo, né?

  • Selfies e redes sociais - Por incrível que pareça, o simples gesto de fazer uma selfie com seu grupo de amigos numa pista lotada, pode acabar servindo de dedo-duro e entregando algum desavisado que tentava se divertir anonimamente, aparecendo ao fundo da imagem do seu post e tendo que se explicar em uma confusão pra resolver mais tarde! Telefones, em geral , aparecem como vilões por tirar a atenção dos presentes para a experiência que a pista e o DJ estão proporcionando. Há eventos atualmente buscando uma solução para isso, onde os telefones são recolhidos na entrada. O que acha?

  • Economia - Os custos operacionais do local (estrutura, segurança, energia, água, atrações, staff, ticket, etc) versus os custos de vida dos frequentadores acabam se tornando rotas de colisão e o cliente acaba tendo que escolher onde e como gastar seu suado dinheirinho e optando por festivais com atrações maiores que compensam o seu investimento com mais horas de diversão e com grandes atrações que não estariam na sua listinha de fim de semana.

  • Músicas exclusivas - Antes os clubes e DJs podiam oferecer ao público uma experiência sonora que dificilmente seria replicada em outro lugar. Discos e faixas exclusivas, que não tocavam no rádio, eram guardadas a sete chaves pelos DJs, e eram seus trunfos para manter a pista fidelizada. Hoje em dia, a música que é tocada ali, prontamente já é identificada no Shazam e o frequentador pode ouvir no carro em casa etc. ainda que nada se compare a experiência e atmosfera de uma pista de dança bacana!


No vídeo abaixo (cujo título diz: Clubs locais mantidos por aparelhos!), o site Digital DJ Tips faz uma avaliação sobre essas mudanças que a cena eletrônica está sofrendo no mundo inteiro.



Enfim, sejam lá os fatores que provocaram essa queda no movimento dos clubes, também temos DJs buscando uma mudança nos festivais e eventos, na tentativa de trazer o foco novamente - entre os frequentadores - para uma experiência centrada na música em si. Vamos falar disso a seguir!

Mas antes, não esqueça: VOCÊ FAZ A DIFERENÇA! Fortaleça a cena local, frequente o seu clube ou clubes que ainda estão lutando para manter acesa a chama da noite, da tão falada cena, gerando oportunidades de surgirem novos talentos, fazendo eventos com regularidade e fomentando um novo público consciente e motivado para mais e mais, e que todos possam seguir curtindo o melhor da música eletrônica! Inclusive, no fechamento desta coluna, acabo de ler um post do DJ Mochakk que toca exatamente nesse ponto crucial que precisa existir (e como!) para que tudo mais consiga ter força: o CLUBE!





OPA!! COM TELEFONE NÃO ENTRA!


O que você faria se ouvisse essa frase ao chegar na balada? Há um crescente movimento que busca fazer disso uma regra cada vez mais frequente e há quem diga que isso é que pode salvar a cena clubber tão sofrida, como falamos acima.

Apesar de não ser exatamente uma novidade, pois mesmo antes da pandemia já eram praticadas algumas políticas desse tipo, principalmente em clubes da cena queer, preservando a privacidade dos seus clientes. Porém, como cada vez mais pessoas estão se sentindo incomodadas com a presença massiva de telefones apontados para seus rostos e sendo registrados, queriam ou não, ou mesmo as atrações que sentem sua apresentação perder vibe e energia, pois em vez de dançar e curtir o momento, as pessoas ficam mais concentradas em fazer fotos e vídeos.

O DJ inglês James Hype fez um post recentemente falando disso e promovendo sua participação em um evento do tipo “No Phones!”



E QUE TAL ESCONDER O DJ?


Em outra discussão bem interessante sobre qual seria o foco afinal da balada, o perfil da DEFECTED, uma das principais gravadoras de house music do planeta, levantou a seguinte questão: Por que você deveria parar de encarar a cabine do DJ?

Pois é, por incrível que pareça essa é realmente uma questão válida!

A música feita pra dançar, desde sempre, cumpriu o seu papel a partir de uma experiência sonora incrível, fazendo com que fosse irresistível ficar parado no dancefloor e o DJ muitas vezes estava lá em sua cabine, num espaço separado do público, focado em sua missão de construir a trilha sonora perfeita, enquanto você, o cliente, era tomado pelos grooves hipnóticos e entrando em transe enquanto ouvia o set! Pois é... Música feita pra dançar e dançar muito, de olhos fechados e ouvidos sedentos…

Mas isso foi ficando para trás e o DJ foi vindo cada vez mais pra frente do público, daí então atraindo as pessoas que queriam ver de perto o que ele realmente fazia, os seus movimentos etc e a música (a experiência auditiva) foi parar em segundo plano.

Você pode até me dizer que a música ainda é o foco dos clubs e festivais mas não é a toa que sempre que você é convidado a participar de uma experiência sensorial, vão logo te pedir pra fechar os olhos. Os nossos sentidos ficam hiper aguçados e você poderá absorver muito mais os estímulos que está recebendo.

No post da DEFECTED, alguns pontos são importantes. De costas pro DJ, você vai interagir mais com seus amigos e outras pessoas presentes, você vai poder deixar a música te levar, imerso no som do DJ, olhar para o dancefloor vai te estimular a curtir mais a noite.

Que tal? Experimente na próxima festa que você estiver!





TRACKS DA SEMANA!!




Silver Panda & Sevenn - Welcome The Night - Track super energética nesse collab do Sevenn & Silver Panda, que tem uma pegada de melódico com timbres “acid”, vocais épicos, tipo cantos gregorianos e cai muito bem no dancefloor!



Tiësto, Tears For Fears, Niiko x Swae, Gudfella 'Rule The World (Everybody)' [Capitol Records / Thrive Music] - Toquei essa faixa no Halloween do Onnu Lounge, pois havia baixado já há algumas semanas como free download, distribuído pelo próprios Niiko & Swae e pra minha surpresa, agora ela saiu licenciada 100% e ainda com reforço das lendas Tears for Fears e também do mega DJ Tiesto!





MK - Take My Chance - House music no talo e uma base com um piano cheio de groove te chamando pra dançar? Aí não tem como dar errado e todos sabemos disso! O produtor MK também sabe demais do poder dessa combinação e lançou essa pedrada que é hit certo pra os próximos meses!

Todas as faixas e outras mais estão na nossa playlist da Coluna pra você conferir!



FAIXA BÔNUS

Setzão bacana do cara que é sinônimo de “kill the genre”, pois, como produtor, passeia por estilos que vão do reggaeton ao progressive e dispensa maiores apresentações!




Até a próxima!!


Culture Club - “The War Song”

“War, war is stupid and people are stupid

And love means nothing in some strange quarters

War, war is stupid and people are stupid

And I heard them banging on hearts and fingers”






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