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Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na CDJ:

Saiba como é a presença feminina no cenário eletrônico sergipano e os desafios para mulheres que decidiram seguir a arte de discotecar.


Matéria: Marina Valois // @_nivadj

Mateus Ceuta // @ceuta_


Não é novidade para ninguém que a presença feminina é cada vez mais constante nos palcos dos grandes festivais em todo o mundo. “As minas” têm dominado a cena e hoje já podemos citar algumas referências nacionais e internacionais, como Anna e Charlotte de White respectivamente. Nomes como estes vêm inspirando jovens garotas a se jogarem de cabeça neste incrível mundo da música eletrônica.


Mas quais são os desafios enfrentados por essas mulheres dentro do cenário eletrônico? Para responder essa e outras perguntas, a P4 convidou as DJs sergipanas Anny B e Arabrab para um bate papo super especial no dia internacional da Mulher.


Primeiro, entrevistamos Bárbara Alves aka Djane Arabrab, considerada uma grande incentivadora feminina para a cena local, que sabendo da sua importância e representatividade encoraja várias mulheres a seguirem o seu caminho.



Confira a seguir.

Quando foi seu primeiro contato com a música eletrônica em Sergipe?

Foi na E-motrixx, festa que aconteceu em 2008, logo fiquei encantada com o ambiente acolhedor que a festa eletrônica proporciona e além disso foi meu primeiro contato com o psytrance, foi amor à primeira vista.


Qual sua maior dificuldade enfrentada como mulher e djane?

Inicialmente, a desmotivação. Sempre pedi muita ajuda às pessoas que já estavam na cena, mas nem todos queriam me ajudar. Ou seja, tive que me virar sozinha. Ademais, a questão dos produtores, que muitas vezes não dão chance de mostrar o meu trabalho e apenas mostram interesse por segundas intenções.


Quais perspectivas para o futuro do cenário local?

Eu tenho confiança de que o cenário feminino na cena eletrônica local vai aumentar, inclusive estou aberta para ajudar. As cenas estão se juntando e isso é muito importante para o cenário local. Muitos artistas locais estão voando, com muito estudo e aperfeiçoamento.


Também entrevistamos Anny B, considerada pela House Mag a Protagonista Regional do Nordeste na cena eletrônica, a atual TOP 50 do Brasil pela DJane Mag, integrante do BRMC TEAM - Brazil Music Conference. Estes e outros atributos a tornam uma grande referência feminina para o cenário nordestino.


Confira a seguir.

Quando foi seu primeiro contato com a música eletrônica em Sergipe?

Há 15 anos atrás, na festa rave chamada E-motrixx, onde tocava psytrance. Comecei a frequentar as festas com 18 anos e logo me identifiquei, lembro que eu praticava ginástica rítmica ao som de músicas sem vocal apenas com batidas, então quando tive o primeiro contato com a música eletrônica acabou rolando um “match” de primeira.


Qual sua maior dificuldade enfrentada como mulher e djane?

A dupla jornada! Eu sou mãe, DJ, dona de casa, redatora e estou entrando no ramo de produção musical. Vale ressaltar que a mulher tem uma cobrança maior da sociedade, seja como mãe, seja como mulher. Além disso, a profissão de DJ foge um pouco do tradicional, o que acaba se tornando mais difícil, pois as pessoas acabam não respeitando a rotina em casa (por pensar que tá em casa pode fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo).


Quais perspectivas para o futuro do cenário local?

Temos grande potencial pois a cena sergipana tem vários artistas que levam a sério e respeitam a profissão, porém ficamos para trás muitas vezes por erros de DJs amadores. Existe muita qualidade nos DJs locais, contudo o que falta é respeito à profissão, tanto por parte dos próprios DJs quanto dos produtores e do público.



Como observamos ao logo da matéria, apesar da presença feminina está chegando forte no cenário local, ainda há um longo caminho a ser percorrido contra alguns preconceitos. Muitas vezes mascarados pelas cobranças excessivas para provar seus conhecimentos, além da grande quantidade de comentários duvidosos sobre o talento destas.


É importante destacar a força e a representatividade feminina. Olhar para o palco e ver que tem uma mulher atrás da cdj traz a sensação de que você, mulher, pode sim estar ali também. Para dar continuidade e fortalecer a presença feminina, é preciso seguir lutando e dando suporte às “mina”.


Apoie a causa com ações efetivas! Escute, assista, enalteça, apoie e compartilhe trabalhos feitos por djanes. A sociedade agradece.


“A igualdade é uma necessidade vital da alma humana. Deve-se dar a mesma quantidade de respeito e atenção a todo ser humano, porque respeito não tem grau”. (Simone Weil)


Saiba mais sobre as djanes: @dj.anny.b // @djarabrab

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